Os NFTs Ordinals fizeram sucesso na rede do Bitcoin (BTC) e agora chegaram a mais uma rede: a Litecoin (LTC). O engenheiro de software Anthony Guerrera lançou o projeto Litecoin Ordinals no GitHub no último final de semana.
Segundo Guerrera, o novo repositório surgiu de uma divisão (fork) do Bitcoin Ordinals publicado por Casey Rodarmor em janeiro. Como a Litecoin é a única rede além do Bitcoin que possui SegWit e Taproot, ela foi escolhida para dar suporte aos NFTs.
É irônico que a Litecoin seja conhecida como a “rede de testes” do Bitcoin, uma vez que muitas tecnologias que estão no Bitcoin surgiram em testes na Litecoin. No entanto, o Ordinals seguiu o caminho inverso, fazendo sucesso na maior blockchain do mundo e depois indo para a Litecoin.
Ordinals chega ao Litecoin
No dia 10 de fevereiro, o usuário do Twitter, Indigo Nakamoto, ofereceu 5 LTC (cerca de R$ 2.500) para quem pudesse levar o protocolo Ordinals para a Litecoin. Motivado pela recompensa, o engenheiro de software Anthony Guerrera decidiu fazer a adaptação e criou o Litecoin Ordinals.
Guerrera afirmou que a recompensa subiu para 22 LTC, ou cerca de R$ 11 mil, e que foi a recompensa que o motivou.
No entanto, a transição não ocorreu de forma pacífica, já que havia diferenças nas linguagens de programação utilizadas.
O Ordinals original utiliza a linguagem Rust, que não suportava a atualização do MimbleWimble na Litecoin. Para contornar isso, Guerrera precisou fazer um fork do Rust e adaptá-lo para a Litecoin. Ele dividiu o rust-bitcoin para fazer um que fosse capaz de funcionar com o Litecoin MWEB e permitir que os Ordinais decodificassem os dados do bloco e ignorassem com segurança o bloco de extensão MWEB.
Agora, apesar dos problemas no meio do caminho, o Litecoin Ordinals está funcionando e já passa por testes entre os usuários da criptomoeda.
Ordinals habilita NFTs do Bitcoin
Embora haja algumas vantagens aparentes em torno da adoção de NFTs do Bitcoin, o surgimento desta nova funcionalidade despertou um velho debate sobre a verdadeira função da rede e o que constitui um ataque contra o ecossistema do Bitcoin.
Já existem dois grupos neste debate público: aqueles que apoiam esta nova face do Bitcoin e aqueles que acreditam que se trata de um ataque de spam que deve ser evitado e até censurado.
O projeto, chamado de Ordinals, lançado há pouco tempo, permitiu que qualquer pessoa crie NFTs do Bitcoin como parte de sua funcionalidade.
Esta oportunidade foi aberta de forma indireta pela atualização do Taproot que a rede sofreu em novembro, que estendeu o comprimento das transações do Bitcoin para quase todo o tamanho de um bloco.
Isso foi fundamental para o que está acontecendo agora. Antes do Taproot, as transações só poderiam ter 80 bytes de tamanho, limitando a usabilidade do que era armazenado no espaço do bloco.
Agora, os NFTs do Bitcoin estão sendo salvos diretamente na cadeia, possibilitando os benefícios da portabilidade, durabilidade e descentralização que caracterizam o Bitcoin.
Isso pode apresentar benefícios únicos para criadores de conteúdo e usuários, já que cada peça de conteúdo armazenada na blockchain via Ordinals terá que ser sincronizada por cada nó por aí, dando-lhes a longevidade da própria blockchain.
A maioria dos projetos NFT que aproveitam outras cadeias, incluindo o Ethereum, apenas armazena ponteiros para as informações, que não residem diretamente na blockchain.
Com argumentos a favor e contra, o fato é que os NFTs estão crescendo na blockchain. De acordo com dados da Mempool, esses arquivos já correspondem a 48% de todas as transações nos blocos do BTC. Graças ao Ordinals, os NFTs seguem em plena expansão na maior blockchain do mundo.